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TOMAR - TEMPLÁRIOS - TABULEIROS

Por proposta do Bloco e Esquerda, acolhida aquando das reuniões entre a Maioria e os restantes Partidos consagradas no Estatuto da Oposição, o Orçamento do Município para 2007 consagra a possibilidade de, finalmente, poder ser possível iniciar uma caminhada coerente para o reforço da defesa de alguns dos nossos tesouros culturais.

 

Refiro-me, concretamente, à inscrição de uma verba para o início do processo de Candidatura da Festa dos Tabuleiros a Património Imaterial da UNESCO e à assumpção, ainda que apenas nas considerações gerais daquele documento, da importância das comemorações dos 850 anos da Fundação de Tomar, em 2010.

 

Aparentemente distintos, considero, todavia, que tais objectivos ganharão visibilidade e importância se trabalhados em conjunto, aproveitando, inclusivamente, a magnífica oportunidade que 2007 comporta – afinal, é o ano do 700º aniversário do processo de extinção dos Templários.

 

Existirão argumentos para a menorização do que acabo de sumariar; porém, Tomar é em muito do que é por causa dos Templários e dos Tabuleiros, pelo que considerar a trilogia “Tomar – Templários – Tabuleiros” nos próximos três anos por forma a desaguar em 2010 um caudal de reafirmação tomarense, não me parece descabido de todo.

 

De resto, também 2010 será o ano do 5º Centenário do Foral Novo de D. Manuel, o que terá o condão de puxar igualmente por algo de estruturante: a Ordem de Cristo.

 

Estamos, pois, perante um sério desafio Cultural, Patrimonial, Turístico, Promocional, Social e Económico de médio ou longo prazo, tanto mais que 2010 situa-se fora do actual Mandato dos Órgãos Autárquicos, o que, reconheça-se, é um estímulo adicional à cooperação partidária e associativa. Não é?

 

Assim sendo, deverão ser superadas, desde já, algumas fragilidades: por um lado, o facto de o Orçamento Municipal apenas acolher verba em 2007 para a rubrica “Candidatura da Festa dos Tabuleiros a Património Mundial”, não estando previsto investimento plurianual.

 

Efectivamente, 2007 apenas poderá ser início do processo (pese embora o facto de ter sido, até à data, perdido tempo precioso; pelo menos desde 2003, ano em que, pela última vez, ouvíramos António Paiva falar do assunto…).

 

Para começar, estamos, então, bem encaminhados, ou não fosse este ano um ano de Festa. Apetece, pois, levantar a lebre: 2010 não justificaria a Festa, em vez de 2011? Mas isso é outra cantiga, a qual, supostamente, deveria ser o Povo a cantar após suficiente afinação, traduza-se por “debate após Julho”. E só após Julho!

 

A outra fragilidade é o facto de os 850 anos de Tomar apenas surgirem no Orçamento como uma boa intenção, sem tradução financeira. Veremos de o Programa Municipal Cultural para este ano dará alguma pista. Isto é: a Divisão de Animação Cultural, as Publicações, o Turismo e a Museologia do Município sabem que isto está no Orçamento?

 

A expectativa agora é grande: no imediato, como vai a Autarquia estimular este processo? E, independentemente de contactos com a Comissão Nacional da UNESCO, que urge, como concretizar o início do trabalho sobre a Candidatura dos Tabuleiros a Património Mundial? E como articular com a Festa deste ano?

 

Limito-me, por agora, a sublinhar a importância, em sede de Orçamento Municipal, destas duas matérias e a fazer votos para uma efectiva concretização destas intenções. E é ainda nessa mesma qualidade que reafirmo a imprescindibilidade de uma cooperação a todos os níveis, sob pena de estarmos a alinhar num “flop” pré anunciado.

POLITÉCNICO DE TOMAR

       Nos últimos tempos, o Ensino Superior, Universitário e Politécnico, tem sido objecto de alargada exposição mediática, seja por força dos efeitos “Bolonha”, seja pelos recentes cortes orçamentais ou, mais recentemente, pela apresentação do Relatório da OCDE sobre o Ensino Superior em Portugal.

            Consciente da importância do Instituto Politécnico de Tomar para o nosso Concelho e Região, o Bloco de Esquerda solicitou uma reunião ao Senhor Presidente do Instituto Politécnico de Tomar no sentido da troca de impressões e recolha de esclarecimentos sobre aquelas matérias, a qual teve lugar na passada terça-feira, dia 19.

            Deixando para oportunidade futura outras apreciações, o Bloco considera importante, neste momento, partilhar com a Assembleia Municipal de Tomar:

 

Ø      a satisfação pelo facto de o recém-criado curso de Gestão de Saúde ter visto as suas vagas completamente preenchidas, sinal que a problemática do Centro Hospital do Médio Tejo também passa por aqui; e

 

Ø      a satisfação pelo número de estudantes do Politécnico de Tomar ter voltado a subir no presente ano lectivo.

 

            De acordo com os termos do referido relatório da OCDE, o Ensino Superior Politécnico vê reconhecida e reforçada a sua importância no contexto do Ensino Superior em Portugal, o que, naturalmente, é de grande importância para o trabalho do Politécnico Tomarense, tanto mais que não deve ser esquecido o facto de o “nosso” ser um Politécnico instalado numa não capital de Distrito.

            De outro ângulo, parece-nos também acertada a política de alargamento da intervenção e influência do Politécnico de Tomar a outras zonas da região envolvente.

 

            O Bloco de Esquerda reconhece o Instituto Politécnico de Tomar como mais um factor, neste momento já indispensável, à afirmação de Tomar como cidade de referência no Centro do País, seja pelo aspecto académico puro, pelo elemento de afirmação cultural de que se reveste, pela capacidade de intervenção na investigação e salvaguarda do Património, pela inclusão da vida estudantil no tecido social e económico da cidade e do concelho, pelo nível de empregabilidade que oferece, pela visibilidade nacional consubstanciada na vinda de estudantes e professores de outros pontos de Portugal e, finalmente, pela possibilidade da fixação profissional dos seus estudantes.

 

            Em 2007 passarão 25 anos sobre o nascimento do Politécnico de Tomar, ainda então apenas Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Tomar.

 

            O Bloco de Esquerda exorta esta Assembleia e o Executivo Municipal a, no próximo ano, não deixarem este aniversário passar despercebido, sugerindo, desde já, que o próximo número da agenda cultural do município, da responsabilidade da Divisão de Animação Cultural, inclua uma primeira referência sobre o assunto.